Cidade antiga

Cidade Antiga

Livro Terceiro

Capítulos

IX (Governo da Cidade. O Rei).
À
XV (Relações entre as Cidades. A Guerra. A Paz. A Aliança dos Deuses).

Diferentemente do que pensamos uma cidade não necessita ter em seu início instituições, leis, ou mesmo a forma de governo previamente convencionadas. As instituições políticas nasceram com a própria cidade, pois era parte de uma crença, que vinha de cada cidadão. Pela religião, o lar doméstico deveria ter um sacerdote supremo que era o pai de família, assim também o lar da cúria (divisão das tribos romanas) tinha seu líder e as tribos seu chefe religioso. Portanto a cidade da mesma forma deveria ter seu pontífice. Esse chefe do lar público era chamado de rei, prítane ou arconte. Tinha a função principal de presidir os cultos religiosos, realizar cerimônias sagradas e oferecer sacrifícios. Era uma figura presente entre os gregos e romanos. O rei era elevado ao trono por meio de uma cerimônia religiosa, onde um áugure (responsável pela interpretação dos sinais divinos) ficava encarregado de atentar para algum sinal que fosse mandado pelos deuses aprovando ou desaprovando o novo rei. Como o rei seria o chefe supremo da religião, e como a cidade iria depender de suas preces e sacrifícios, todos tinham o direito de se certificar que o novo rei era aceito pelos deuses. Em Esparta a cada nove anos os éforos, em uma noite clara, sentavam-se com o olhar fixo no céu à espera de uma estrela que o atravessasse, caso isso acontecesse seus reis seriam culpados de alguma falta para com os deuses, e teriam então de se afastar de suas funções. Assim como na família a autoridade estava inerente ao sacerdócio, e o pai, como chefe do culto doméstico, era ao mesmo tempo juiz e mestre, assim o sacerdote supremo da cidade também era seu chefe político. Essa mistura entre poder e sacerdócio é encontrada, na origem, de praticamente todas as sociedades. O sacerdote é que velava sobre o fogo sagrado, seu culto