Centenario de vinicius de morais
O escritor e poeta carioca é considerado mais que um gênio por unanimidade. Contudo, há quem prefira partir da premissa ‘toda unanimidade é burra’, de Nelson Rodrigues, para olhá-lo como um machista por natureza, escondido atrás de centenas de belas frases românticas.
O radialista Joaquim Marinho é uma das personalidades locais que guardam na memória as boas impressões do artista. Marinho foi o responsável, nos anos 1970, pela primeira e única visita de Vinícius a Manaus, onde chegou a fazer dois shows em uma semana de estadia.
“Ele cantou no Olímpico e no Rio Negro Clube, ao lado de outros nomes da época, como o Quarteto em Cy. Ele foi, sem dúvidas, uma das melhores personalidades desse país”, diz o radialista.
O também poeta e jornalista, Aldísio Filgueiras, enfatiza que Vinícius de Moraes foi um espinho de garganta na ‘carolice’ da sociedade brasileira, que acredita no paletó e gravata como símbolo do bom comportamento e da seriedade.
“É por isso que o coralinho branco é também o emblema do crime contra o dinheiro público e já está identificado que os piores psicopatas são os melhores vizinhos”, afirma Filgueiras ao lembrar que Vinícius era diplomata e o Itamaraty o odiava.
Na contramão de direção, o poeta Dori Carvalho acredita que houve, sim, um certo distanciamento dos conservadores da poesia para com a obra de Vinícius por ter se tornado tão popular.
“A obra dele não diminuiu para se tornar popular. As pessoas simplesmente gostavam dele, pelas coisas grandiosas que escrevia. A letra de ‘Operário em construção’, por exemplo, em nada depõe contra o aspecto crítico que possuía, ao falar sobre o trabalhador do mundo. Eu mesmo, quando jovem, tinha algum preconceito sobre isso. Achava-o sentimentalóide. Mas uma entrevista de Chico Buarque, defendendo Vinícius me fez pensar