cartografia

A Cartografia do Conhecimento
ESTRELLA BOHADANA, Professora do Mestrado em Educação da Universidade Estácio de Sá e
Doutora em Comunicação na área de História dos Sistemas de Pensamento. ECO-UFRJ.
"A arte foi-nos dada para nos impedir de morrer da verdade"
Nietzsche

Uma das consequências imediatas decorrentes das mudanças ocorridas no estatuto da ciência foi o fato de ter-se tornado ineficaz o quadro teórico que discutia a problemática do conhecimento. Assim, conceitos que caracterizavam o pensamento moderno como "razão", "sujeito",
"totalidade", Progresso", "verdade", entre outros, passam por um profundo questionamento. Na esteira desse questionamento, aliando-se às várias interrogações do homem sobre si mesmo e sobre o seu existir, emergem novos modos de pensar e conviver, agora permeados pelas novas qualidades das telecomunicações, pela introdução da informática em todos os âmbitos do viver, e por outras mudanças que revolucionaram o universo do humano. Neste novo cenário, o estudo disciplinar de um único domínio do saber tem se mostrado uma forma limitada de lidar com as questões típicas da sociedade pós-industrial, por reduzir as perspectivas de análise a um único instrumento do conhecimento, restringindo as possibilidades de encontrar soluções capazes de responder às novas exigências. No campo da Educação, esse limite torna-se cada vez mais explícito, uma vez que, no rastro dos ideais da modernidade, a Educação, mantendo-se nas constantes buscas de métodos e técnicas, acabou por secundarizar o próprio ato educativo. A modernidade forneceu tantas possibilidades novas que a formação - como ação interpessoal - passou a parecer obsoleta.
Influenciada ora pelo pragmatismo, ora pela psicologia (no que esta, na verdade, tinha de pior...), a
Educação distanciou-se de conteúdos que abrangem desde as expressões culturais até as existenciais do viver humano. Negligenciando os elementos básicos constituidores da dignidade do homem, onde se inclui