Carta a D' - André Gorz

Quando André Gorz e Dorine decidiram se suicidar, devido a doença degenerativa de Dorine agiram de acordo com o que acreditavam e defendiam, tanto se tratando da autonomia individual como fator determinante para uma transformação da sociedade, condição defendida por André, quanto da relação de amor inigualável entre ambos que os garantiam a vontade de viver, e percebemos isso no livro de Gorz, Carta a D. onde cita que “Nós desejaríamos não sobreviver um à morte do outro”.
Se olharmos por este ponto de vista podemos defender a eutanásia por meio da bioética, por meio dos conceitos de autonomia do individuo e valor intrínseco da vida. No conceito de autonomia fica claro o livre arbítrio de André e Dorine de optarem pela escolha que mais o satisfariam no momento em que viviam e julgaram o valor mais profundo da vida um não viver sem o outro, ou seja, o valor intrínseco que é próprio e essencial.
O respeito e a justiça são outros dois conceitos que cabem aqui, pois, o casal não tinham parentes próximos, são seres racionais que possuem valor em si mesmo e devem ser tratados como fins e não como meio, qual maleficência que geram? Quanto à justiça, quem somos nós para julgar a escolha de um amor, aceitar a atitude não é agir em prol deles? Ou seja, ser de beneficência a satisfação da necessidade.

Ainda, do ponto de vista utilitarista de Peter Singer a atitude do casal foi correta porque agiram de forma a buscar o prazer e diminuir a dor de ambos. Ao olharmos para isso devemos ser imparcial, respeitar os interesses dos lados envolvidos, e esses interesses incluem o que as pessoas querem ou desejam.
Por fim, como naturologos, procuramos olhar para as questões da vida transdisciplinarmente, em especial norteados por todos os conceitos apresentados aqui e a conclusão a que chegamos é de que a circunstancia é quem ou o que determina a melhor postura, precisamos estar atentos a experiência vivida até a presente data e o cenário completo para entendermos e orientarmos o