carta de amor

Porto, 11-2-2014

Minha senhora
Como o tempo passa e a distância entre nós permanece igual. Distante de si, dias tornam-se anos, anos tornam-se séculos, tortura infinita que devora meu coração, mas que se ausenta na presença de seu sorriso. Dor, é apenas uma ilusão quando a vejo minha senhora, deslumbrante de entre as mulheres da cidade, que qualquer uma inveja. Vós desfilais diante da cidade em plena praça sempre pura. De manhã acordo eufórico, e desejoso para vos ver e admirar vossa beleza à distância, cabelo que parece seda torna o ouro fútil, e olhos leves e afáveis que me têm submisso. É fonte da minha inspiração, de esperança, de carinho, de conforto.
Sorriso seu faz o sol remeter-se nos confins da escuridão, pois vós iluminais o mundo e o meu coração. Lábios seus deixam-me de joelhos nas mãos da tentação, redondos e carnais, que se mexem de um jeito irresistível e cativo, aperfeiçoam o seu ser e maravilham tudo a seu redor.
Agonia dissipa-se ao ver-vos caminhar suavemente passo-a-passo, meu coração apressado bate por si, e sinto uma sensação de felicidade vinda de dentro no qual não tenho controlo. Felicidade, que não sentira á muito tempo. Vós com toda a vossa graciosidade deixais-me em constante transtorno, desordem, e em conflito interno, porém é a ausência de coragem que me condena e que me destroça o coração, sabendo que não sois minha.

Eternamente vosso.

Ignoto

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