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CAPÍTULO III
O SONHO É A REALIZAÇÃO
DE UM DESEJO

Quando, após passarmos por um estreito desfiladeiro, de repente emergimos num trecho de terreno elevado, onde o caminho se divide e as mais belas vistas se desdobram por todos os lados, podemos parar por um momento e considerar em que direção deveremos começar a orientar nossos passos. I É esse o nosso caso, agora que ultrapassamos a primeira interpretação de um sonho. Encontramo-nos em plena luz de uma súbita descoberta. Não se devem assemelhar os sonhos aos sons desregulados que saem de um instrumento musical atingido pelo golpe de alguma força externa, e não tocado pela inão de um instrumentista (cf. págs. 112-13); eles não são destituídos de sentido, não são absurdos; não implicam que uma parcela de nossa reserva de representações esteja adormecida enquanto outra começa a despertar. Pelo contrário, são fenômen ts psíquicos-de inteira.validade - realizações de desejos; podem ser inseridos na cadeia dos atos mentais inteligíveis de vigília; são produzidos por uma atividade mental altamente complexa.
Contudo, mal começamos a nos alegrar com essa descoberta, e já somos assaltados por uma torrente de questões. Se, como nos diz a interpretação dos sonhos, um sonho representa um desejo realizado, qual a origem da notável e enigmática forma em que se expressa a realização de um desejo? Por que alteração passaram os pensamentos oníricos antes de se transformarem no sonho manifesto que recordamos ao despertar? Como se dá essa alteração?
Qual a fonte do material que se modificou, transformando-se em sonho? Qual a fonte das numerosas peculiaridades que se devem observar nos pensamentos oníricos - tais como, por exemplo, o fato de poderem ser mutuamente contraditórios? (Cf a analogia da chaleira emprestada, na pág. 153). Pode um sonho dizer-nos algo de novo sobre nossos processos psíquicos internos?
Pode seu conteúdo corrigir opiniões que sustentamos durante o dia?



[Numa carta a Fliess de 6 de agosto de 1899 (Freud, I

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