Camila
Babilônia: Tudo veio da água. Macrocosmos (o Mundo) e Microcosmos (o Homem) são governados pelos mesmos deuses, de formas análogas, baseadas na operação de princípios opostos: dia e noite, claro e escuro, macho e fêmea, quente e frio, úmido e seco, bom e mau.
Egito: Sacerdotes dominavam totalmente a sociedade (o faraó era visto como um deus incarnado); a vida`, inclusive econômica, era centrada nos templos e grande parte se destinava a prover a existência após a morte (pirâmides e outros monumentos funerários, múmias).
Astrologia: Para os babilônios, os astros (Sol, Lua, e os 5 planetas visíveis), cada um com seu caráter, determinavam os acontecimentos na Terra e influenciavam especificamente certos materiais, como os metais: Sol-ouro, Lua-prata, Marte-ferro, Vênus-cobre, Saturno-chumbo, Júpiter-electro (liga de Au e Ag) e Mercúrio-estanho (estas associações variaram com o tempo, mas sobreviveram até a Idade Média).
É natural que os sacerdotes, no poder ou próximo dele, procurassem controlar os conhecimentos referentes à metalurgia e outras atividades importantes de caráter químico (embalsamamento de corpos no Egito) e dar-lhes interpretações religiosas. Por outro lado, talvez seja instintivo no Homem apelar para a proteção do sobrenatural quando está realizando operações complexas e, em grande parte, imprevisíveis (até hoje: quem não reza quando a reação “não quer dar certo”?).
Mas os artesões, que realmente realizavam o trabalho, tinham preocupações mais práticas: buscavam novas aplicações, aperfeiçoar seus produtos e deixar receitas que permitissem a outros continuar. Algumas destas receitas práticas sobreviveram até nós; por ex.: da Biblioteca Real de Assurbanipal, em Nínive (700a.C.), vem um tablete de cerâmica com inscrições cuneiformes que descrevem clara e detalhadamente a preparação de esmaltes para vitrificar cerâmica. É interessante que outra receita da mesma época, sobre o mesmo assunto, encontrada em