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506 palavras 3 páginas
As Intermitências da Morte
Publicada por Prometeu à(s) 02:30:00

Naquele dia, ninguém morreu. É assim que se inicia a obra. Seguidamente, tomamos conhecimento das preocupações de setores como a Igreja (a qual, sem a noção de morte, e consequentemente de paraíso e ressurreição, deixa de ter sentido, bem como a figura de Deus), o governo, os hospitais, os lares, tudo visto por Saramago com grande ironia. É então que um velho moribundo tem uma ideia para morrer, juntamente com o seu neto bebé, também sem salvação: serem transportados para o país vizinho. A notícia deste ato espalha-se e a família é condenada pelos media e pela população, até se ficar a saber que práticas semelhantes começam a ocorrer por todo o país, nuns casos por misericórdia, noutros para as famílias se verem livres dos pesos mortos que os seus velhos e moribundos constituem lá em casa. O governo decide, discretamente, vigiar determinadas zonas fronteiriças para controlar esta prática. Surge, então, em cena um grupo que organiza o transporte dos moribundos, auto-denominado máphia, que chantageia o governo, com base na violência (quatro vigilante em coma por dia), conseguindo que a maior parte dos vigilantes seja desativada e que 35% passem a trabalhar para si, máphia. Certo dia, o Diretor da Televisão Nacional lê, em direto, uma carta da Morte, onde esta esclarece que, a partir das zero horas desse dia, tudo voltará ao normal, com uma pequena diferença: as pessoas serão avisadas da sua morte uma semana antes, para que possam resolver os últimos assuntos (testamentos, por exemplo, etc.). Quem imediatamente vê nisto uma extraordinária oportunidade de negócio são as agências funerárias, os carpinteiros que fabricam caixões, os coveiros (por exemplo, exigem um aumento substancial de ordenado). O primeiro a morrer, em cima da meia-noite, é o presidente da associação das agências funerárias (oh, ironia!). A intenção da Morte com a sua

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