Bispo do Rosário

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Comunicação e Arte - Fernanda Corrêa de Lima

Bispo do Rosário, entre realidade e delírio.

Bispo viveu até seus últimos dias na Colônia Juliano Moreira, onde seu diagnóstico era de esquizofrênico-paranoico.
Costumava dizer que uma voz o chamava e dizia o que ele tinha de fazer, seria a “voz do senhor”, esta mesma voz fez com que Bispo ficasse 7 anos trancado em um quarto produzindo suas principais e mais minuciosas obras, com sucatas e lixos, restos de uma sociedade de onde foi marginalizado em função de seu estado metal.
Ele foi considerado um artista contemporâneo por suas obras proporem diversas sensações às pessoas que as veem, podemos chamar Bispo de um “Inteligente propositor de situações”, como diria Celso Favaretto. Suas obras convidam as pessoas a experimentarem o novo, imaginar o que está por trás de tanta criatividade, se perguntar como aquilo foi possível, como foi feito e assim chamar a atenção das pessoas para além de ver suas obras às experimentar.
Quando olhamos para uma obra de Bispo podemos ver desde uma história minuciosamente contada até coisas tão cotidianas que não estamos acostumados a prestar atenção, assim ele faz com que a pessoa crie um novo olhar sobre aquele objeto tão banal para que possa então abrir um leque de possibilidades na imaginação.
Bispo é considerado por muitos como um gênio das artes, pois ele trabalhava somente com sucatas e lixos, fazendo colagens e bordados. Em suas obras ele colocava para fora tudo que sua mente lhe permitia, por vezes contando histórias e em outras somente juntando objetos que dariam vida a imaginação de quem olhasse e tentasse o compreender.
Uma das obras mais impressionantes de Bispo foi o “Manto da apresentação”, um manto todo bordado por ele mesmo, lá estão diversos símbolos, figuras e um emaranhado de “cordas” que se juntam ao centro da veste. Ele costumava dizer que era sua veste “para o dia do juízo final”.

Bispo teve um papel fundamental