Behaviorismo

1 – PRIMÓRDIOS

Numa época em que a Psicologia, como ciência, utilizava-se essencialmente da introspecção para justificar suas descobertas, o Behaviorismo surge com intuito objetivo e experimental, numa tentativa de abordagem ainda mais científica, no sentido físico, de suas interpretações. Surgido em 1913, no seio norte americano, quando do lançamento do artigo “Psychology as the behaviorist views it” de John B. Watson (1878-1958), que reuniu ideias antes dispersas e estabeleceu fundamentos de uma nova Psicologia como mais uma das ciências naturais, o Behaviorismo tentou acrescentar mais objetividade nos estudos comportamentais humanos, inspirado pelo funcionalismo de William James. Deve-se citar que James foi um dos mais influentes pensadores americanos e já havia questionado a existência da consciência muito antes do surgimento do Behaviorismo em seu trabalho “Does consciousness exist?” Watson já havia publicado sobre o Behaviorismo anteriormente, porém, apenas em 1912 conseguiu atenção ao explicar um modelo estímulo-resposta para as questões do funcionamento mental superior, como memória de associação e fala implícita, obtendo repercussão na comunidade científica vigente. A influência de Charles Darwin também se faz presente nas formulações behavioristas, tendo em vista suas afirmações de continuidade física e mental entre animais inferiores e o ser humano. Assim, Watson, que já tinha forte influência na fisiologia médica e em seus estudos filosóficos, optou pelo uso de animais para as suas pesquisas psicológicas, descobrindo técnicas da psicologia animal que serviriam de base aplicável ao comportamento humano e afirmando ser o Behaviorismo um método definitivo e escola psicológica para a comunidade científica. Essa ideia da ligação entre as atitudes animais e humanas já havia sido demonstrada pelo russo Ivan Petrovich Pavlov e seu estudo da salivação animal numa demonstração clara do reflexo condicionado. Entre os anos de 1910 e 1940, terapeutas