Ação Afirmativa: funciona? - Dworkin

Resumo: O presente texto visa analisar o Capítulo 11 (Ação Afirmativa: funciona?) do livro Virtude Soberana, de Ronald Dworking. No capítulo em questão, discute-se o caso Hopwood (1996), processo em que o Quinto Tribunal Itinerante de Apelação da Suprema Corte Norte-Americana declarou “inconstitucional o programa de admissões da Faculdade de Direito da Universidade do Texas” (p. 545). Com isso, a questão racial foi anulada dos critérios de classificação utilizados pelas universidades americanas, no que concerne à formação do seu corpo discente. Serão apresentados os pontos abordados pelo autor no referido capítulo, seguido de breve análise sobre seu pensamento.

1. Das ideias do autor
Dworking inicia o capítulo abordando a decisão da Suprema Corte americana em cancelar o critério racial das políticas de classificação utilizadas pela Faculdade de Direito da Universidade do Texas, em 1996. Processo semelhante foi aberto em Michigan, e o autor demonstra sua preocupação em relação às consequências imediatas desse veredicto em todas as universidades dos Estados Unidos da América.
Dada essa preocupação inicial, Ronald Dworking demonstra que grande parte dos críticos da implantação da ação afirmativa sugere que ela tem abaixado os padrões de qualidade da educação superior americana. Isso, ainda segundo os críticos, se deveria à admissão de alunos que “não estão qualificados para se beneficiar da educação que recebem” (DWORKING, 2002). Essa política, por sua vez, acabaria acentuando as tensões raciais dentro e fora dos campi.
Para analisar essa premissa, Dworking exalta a publicação de um estudo abrangente e estatístico a respeito das reais consequências dos 30 anos de ações afirmativas em 28 universidades dos Estados Unidos. Esse estudo, intitulado The Shape of the River (A forma do rio), foi produzido por William G. Bowen, que foi reitor da Universidade de Princeton, e por Derek Bok, ex-reitor de Harvard. The Shape of the River analisa uma imensa base de dados de