Autismo

1. INTRODUÇÃO

Ao longo da história do que se convencionou chamar de civilização, a preocupação com a sociabilidade vem ocupando um lugar cada vez mais importante no processo de desenvolvimento humano. Um olhar em direção à sociedade permite-nos vislumbrar os esforços no sentido de ajustar a criança à sua comunidade e aos papéis que se espera que vivenciem e desempenhem.
O homem durante o percurso de sua vida está em constante interação com outras pessoas, tendo por principal objetivo vivenciar relações produtivas e saudáveis. No decorrer desta construção, os indivíduos utilizam de estratégias que servem como mediadoras no processo de interação social. Essas estratégias são entendidas como habilidades sociais, definidas como diferentes classes de comportamento que o indivíduo apresenta para atender as diversas demandas existentes nas relações sociais cotidianas. Para lidar com os desafios e demandas atuais, desde criança o homem precisa desenvolver um repertório cada vez mais elaborado de habilidades sociais. A competência social é considerada um indicador bastante preciso do ajustamento psicossocial e de perspectivas positivas para o desenvolvimento humano, enquanto que um repertório social empobrecido pode constituir um sintoma ou correlato de disfunção psicológica, justificando a atenção dos profissionais que lidam com o público infantil, sobretudo os psicólogos. Por apresentar competências sociais deficitárias, algumas crianças encontram dificuldades para um ajustamento social saudável, como é o caso de crianças com Síndrome de Asperger (SA). Os déficits presentes na interação social configuram um dos critérios definidores e descritores mais relevantes desta síndrome, apontando à grande dificuldade que estes indivíduos têm desde entender o sentimento alheio a regular e manter uma conversação após essa ter começado. Atualmente a Classificação Internacional de Doenças na sua 10ª revisão (CID-10), coloca entre os Transtornos Globais do Desenvolvimento, o