As Periferias
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O ESTADO DE S. PAULO
DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014
Publicado desde 1875
Américo de Campos (1875-1884)
Francisco Rangel Pestana (1875-1890)
Diplomacia inerte ✽
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FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO
D
José Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1988)
Julio de Mesquita Neto (1948-1996)
Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1997)
Ruy Mesquita (1947-2013)
As periferias chegam ao centro
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omingo de carnaval, convenhamos, não é omelhordiapara ler artigo sobre política internacional. Mas que fazer?
Coincidiu que o dia de minha coluna fosse hoje e não tenho jeito nem vontade de escrever sobre as alegrias de Momo. Por mais que nos anestesiemos no carnaval, o meio circundante não alenta alegrias duráveis.
Comecemos do princípio.
Achoquehouveumerroestratégico desde o governo Lula na avaliação das forças que predominariam no mundo e da posição do Brasil na ordem internacional que se transformava.
Não me refiro ao que eu gostaria que ocorresse, mas às tendênciasqueobjetivamenteseforamconfigurando.Nossadiplomacia se guiou pela convicção de que um novo mundo estava nascendo e levou o presidente, em sua natural busca de protagonismo, a ser o arauto dos novos tempos. A convicção implícita era a de que pós-Muro de
Berlim,depoisdebreveperíodo
de quase hegemonia dos Estados Unidos, pregada por seus teóricos do neoconservadorismo, e da coorte de equívocos da políticaexternadessepaís(invasão do Iraque, do Afeganistão, isolamento da Rússia, apoio acrítico a Israel em sua política de assentamentos de colonos, etc.) e dos desastres provocadosporessasatitudes,assistiríamos a uma correção de rumos.
De fato, houve essa correção de rumos, mas a direção esperada pela cúpula da diplomacia brasileira e por setores políticos sobinfluênciadealasantiamericanas do PT era a do “declínio doOcidente”,comaperdarelativa do protagonismo americano eaemergênciadasforças novas: a China(o que ocorreu), o