Análise social ruptura com o senso comum

Análise e comentário sobre o senso comum a partir da leitura de Augé, Marc (2006) Para que vivemos? Lisboa, 90 Graus editora pp.11 a 16.

Augé fala-nos na existência em todas as sociedades de “cosmologias”, representações do mundo que são partilhadas pela generalidade dos seus membros. Em que consistem e como se chegam a formar essas representações totalizantes?

Através da análise do texto de Marc Augé, pode-se concluir, inicialmente, que as cosmologias, ou seja, “pré-noções típicas do conhecimento corrente” (Silva, Augusto Santos, 1986, p.1) apresentam-se segundo conclusões pré estabelecidas que são transmitidas ao ser humano, no seu quotidiano, como uma realidade única. Tais conceções transmitidas ao homem formulam uma espécie de ferramenta com a qual vai atuando na sociedade:
“ (...) cosmologia, representações do universo, do mundo e da sociedade que fornecem aos seus membros pontos de referência que lhes permitem conhecer o seu lugar, saber o que lhes é possível e impossível, autorizado e interdito”.
(Augé, 2006: p.11)
Segundo outro autor, nomeadamente, Augusto Santos Silva, apresentam-se as mesmas opiniões, face à função das “representações totalizantes”. O autor apresenta uma citação de um outro, nomeadamente, Émile Durkheim, que diz que as cosmologias “ (…) têm antes de tudo, como objetivo pôr as nossas ações em harmonia com o mundo que nos rodeia” (Durkheim, 1980: pp.41-42).
Tais conceções do senso comum formam-se através do pleno contacto diário com a sociedade. Por vezes, estas estão patentes nos mitos, ritos e na religião, tendo em conta que são pré-concebidas e induzidas na sociedade: “Os mitos desenrolam estas cosmologias e os ritos aplicam-nas: as vidas individuais ordenam-se” (Augé, 2006: p. 12).
Outro ponto de vista bastante semelhante, nomeadamente o de Augusto Santos Silva, face à formulação, indica que o uso das cosmologias torna muito mais facilitado o processo de encontrar e estabelecer conceções e respostas relativamente ao que se