Análise de “A porta” e “O poema e a água” de João Cabral de Melo Neto.

Análise de “A porta” e “O poema e a água” de João Cabral de Melo Neto.

Em 1945,terminou a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, a ditadura de Vargas. O mundo passou a viver a Guerra Fria, e o Brasil, um período democrático e desenvolvimentalista, que chegaria à euforia de Juscelino Kubitscheck. Os artistas empreenderam uma pesquisa estética em busca de novas formas de expressão. Nas artes plásticas, por exemplo, a pintura figurativista passou a dividir espaço com a pintura abstrata, contrapondo a relação real abstrato. Na literatura começaram a se destacar as produções literárias em que a grande novidade era a pesquisa em torno da própria linguagem literária e do compromisso com o social. Dentre os poetas de 45, destaca-se de forma inovadora João Cabral de Melo Neto de acordo com Luciana Stegagno:
“Entre os poetas de 45, João Cabral de Melo Neto
(1920-1999), a mais autêntica e a mais alt a das vocações poéticas de “geração”, recorta para si um espaço autônomo próprio, defendido por um gelo de respeito. ”

Observando a escrita de João Cabral, notam-se as características da geração de 45 como inclinação para objetividade, linguagem sintética, concreta e racional, como no poema O poema e a água:
“As vozes líquidas do poema convidam ao crime ao revólver.
...
O livro aberto nos joelhos o vento nos cabelos olho o mar.”

O poema e a água, não fala de poesia mas da feitura mesmo do poema como condição de poesia. Embora referindo-se à água, o tema central é a poesia em relação com o tema; artifício que o poeta usa. Diferentemente de outros poetas que tentam definir o que é e o que não é poesia, João Cabral faz o poema acontecer como exemplo de sua técnica de criação poética. A segunda estrofe, citada a cima, mostra uma cena concreta, com elementos comuns.