Antigona
A peça aborda os valores humanos contraditórios ambientados na esfera da coletividade, tratando-se assim de um drama não só individual mas sobretudo social.
A história passa na cidade de Tebas. O prólogo é a batalha dos sucessores do trono de Édipo: Polinices e Etéocles. Etéocles não honra sua promessa de revezamento anual do trono com seu irmão Polinices. Ambos os irmãos morrem, mas um deles não recebe o sepultamento.
A Antígona acreditava que a obediência ao dever familiar–religioso, segundo o qual toda família tinha o dever de enterrar piedosamente os parentes: era uma norma social, ou seja um direito individual.
A peça desenvolve um entrelaçado destes valores, num plano ético jurídico-religioso (Antígona, uma mulher, questiona Creonte, que representa o Estado).
A idéia central é: uma só mulher pode questionar o Estado ou o Estado é inquestionável contra esta individualidade (privado versus público), ou seja, se Creonte deve escutar Antígona.
A idéia defendida por Antígona deve ser encarada como uma fonte histórica da evolução dos direitos do homem. A questão fundamental é: Antígona representa no mundo ocidental a mãe da individualização do direito, pois na antiguidade não havia sequer a idéia de direitos individuais.
O direito sagrado não cedia, não era revogado, era supremo ao tempo.
As pessoas eram subjugadas em tudo, tudo mesmo, até na inversão dos sentimentos naturais, à vontade do Estado-Cidade. Assim tudo decorria das crenças religiosas, reinando estas sobre a inteligência e as