Alteridade

Alteridade

A alteridade é a concepção genérica que compreende a figura do outro, (alter = outro). Talvez não haja reflexão mais difícil do que a reflexão sobre o outro. A alteridade surgiu como interesse de estudo da filosofia moral a partir da idade moderna, isso porque até antes da modernidade o outro nunca foi referência, pelo menos, nunca a principal. Entre os gregos o paradigma dominante nos inscreve numa realidade cósmica, onde o mais importante era entender as coisas do universo do que entender o outro, a alteridade era tratada como um problema menor, pois o outro deveria procurar o seu lugar no universo tanto quanto o eu, dentro de uma hierarquia cósmica, ou seja, pensando o outro como superior ou inferior, nunca colocado como um igual. Quando surgem outras ideias dominantes sobre o pensamento grego e o cosmo deixa de ter papel central, surge o pensamento cristão na idade média que também não irá colocar o outro como centro pois, para os cristãos o referencial é o entendimento com Deus, não se confundindo com o outro. Só a partir da modernidade é que se tem a compreensão de que o eu, é o resultado da complexa rede de afetos que se estabelece na sociedade e portanto para compreender a minha interioridade eu terei que compreender o outro mas não a partir de mim e sim desse outro já que sou formado dessa rede de relações sociais. Enquanto participantes de uma mesma natureza, a humana, todo ser humano é portador de dignidade, independente das suas características físicas, culturais, intelectuais, religiosas e sociais. Dignidade esta que precisa ser pensada de forma integrada à ideia do direito e do estado de direito. Quando se pensa no tema da educação em nossos dias, é recorrente o surgimento de uma discussão que nos conduz a pensar para além dos conteúdos que devem ser ensinados. O desafio que se coloca é se estamos formando bem os nossos alunos. Que tipo de cidadão serão eles no futuro? A educação diz respeito à existência humana, é