Ajustar atividade em função da disponibilidade de alimento é solução comportamental para tradeoff entre ganhar energia e evitar predadores

Ajustar atividade em função da disponibilidade de alimento é solução comportamental para tradeoff entre ganhar energia e evitar predadores
Luis Schiesari1,2 & Earl Werner 1
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Department of Ecology and Evolutionary Biology, The University of Michigan, Ann Arbor-MI, USA.
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Endereço Atual: Gestão Ambiental, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo. Av.
Arlindo Bétio, 1000. 03828-080. São Paulo-SP, Brasil. E-mail: [e-mail]
Introdução
Um tradeoff fundamental confrontado por animais vágeis é o tradeoff entre a aquisição de energia (e portanto crescimento) e o risco de predação. Este tradeoff ocorre porque procurar e colher alimentos usualmente exige que o forrageador permaneça ativo; porém, permanecer ativo aumenta a visibilidade e probabilidade de encontro do forrageador com predadores (Lima & Dill 1990, Werner & Anholt 1993). Portanto, uma habilidade de ajustar comportamentalmente as taxas de atividade em diferentes circunstâncias ambientais há de ser adaptativa.
Diversos estudos teóricos exploraram as taxas ótimas de atividade exercidas por um forrageador confrontado pelo tradeoff entre aquisição de energia e risco de predação (e.g. Abrams 1991; Houston et al 1993; Werner &
Anholt 1993). Três previsões emergem consistentes nestes modelos. Em primeiro lugar, taxas de atividade devem declinar com risco de predação. Em segundo lugar, taxas de atividade devem aumentar se há restrições temporais para a completação do desenvolvimento ou do ciclo de vida. Finalmente, acima de um nível mínimo de alimento, taxas de atividade devem declinar com aumentos na disponibilidade de alimento. Isto ocorre porque quando o alimento é abundante, as necessidade nutricionais do indivíduo podem ser satisfeitas com atividade reduzida e, portanto, com risco de predação mínimo. Esta última previsão é contra-intuitiva e virtualmente oposta a previsões feitas por modelos que não consideram o risco de predação. Nestes, porquê a curva do ganho