aborto

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Existirão, de facto, posições claramente religiosas sobre as grandes questões morais, que os crentes sejam obrigados a aceitar? A ser assim, serão essas posições diferentes das perspectivas que outras pessoas podem alcançar através da simples tentativa de raciocinar para descobrir o melhor caminho a seguir? A retórica do púlpito sugere que a resposta a ambas as questões é "sim". Mas há várias razões para pensar de outra forma.
Em primeiro lugar, é frequentemente difícil descobrir uma orientação moral específica nas escrituras. Os nossos problemas não são os mesmos que os judeus e primeiros cristãos enfrentaram há muitos séculos; não é por isso surpreendente que as escrituras possam nada dizer sobre questões morais que a nós nos parecem prioritárias. A Bíblia contém uma série de preceitos gerais, como a ordem de amar o nosso próximo e tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, que podem ser considerados relevantes para várias questões. Mas, apesar de valiosos, esses preceitos não dão respostas precisas sobre qual deve ser exactamente a nossa posição sobre os direitos dos trabalhadores, a extinção das espécies, o financiamento da investigação médica, etc.
Outro problema é que em muitos casos as escrituras e a tradição da igreja são ambíguas. As autoridades discordam, deixando o crente na posição embaraçosa de ter de escolher o elemento da tradição a aceitar e a autoridade na qual acreditar. Lido de forma simples, o Novo Testamento, por exemplo, condena a riqueza, e há uma longa tradição de abnegação e dádiva caridosa que confirma este ensinamento. Mas há igualmente uma figura obscura do Antigo Testamento chamada Jabes que pediu a Deus para "expandir as minhas propriedades" (I Crónicas 4:10), e Deus concedeu-lhe o pedido. Um livro recente instando os cristãos a adoptar Jabes como modelo tornou-se um campeão de vendas.
Assim, quando as pessoas afirmam que as suas convicções morais derivam dos seus compromissos religiosos estão frequentemente enganadas. Na

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