Aborto

5047 palavras 21 páginas
Ética médica: o problema do aborto
Um das questões que hoje mais divide as pessoas é a do aborto.
Quando se debate esta questão, geralmente discute-se se a lei deve proibir as mulheres de interromper voluntariamente a gravidez ou se, pelo contrário, o estado deve permitir que as mulheres abortem recorrendo para o efeito ao auxílio médico. De um modo geral, os que são a favor da proibição estão dispostos a admitir que o aborto seja legal em algumas circunstâncias — por exemplo, quando a gravidez resultou de violação ou quando coloca em perigo a vida da mulher. E muitos dos que defendem uma legislação permissiva não estão dispostos a tolerar, por exemplo, que uma mulher aborte no último trimestre da gravidez na ausência de razões muito fortes para o fazer.
No entanto, registam-se grandes divergências relativamente a muitas situações. Por exemplo, será que o Estado deve permitir o aborto durante o primeiro trimestre da gravidez quando a mulher o solicita simplesmente por não querer suportar os encargos sócio-económicos decorrentes de um novo filho? Não há qualquer consenso relativamente a uma questão como esta.
Neste capítulo não vamos discutir a legalidade do aborto, isto é, o problema de saber em que circunstâncias a lei deve permitir ou proibir o aborto. O problema em que nos vamos concentrar é o de saber se há algo de moralmente errado em abortar, ou seja, em matar deliberadamente fetos humanos — vamos examinar a moralidade do aborto.
Estes dois problemas estão relacionados, pois a nossa perspectiva sobre o segundo pode influenciar a nossa resposta ao primeiro. Se nada houver de moralmente errado em abortar, então parece que não existem razões para o estado interferir na liberdade das mulheres impedindo-as de recorrer aos melhores meios médicos disponíveis para pôr fim a uma gravidez que não desejam. Se, pelo contrário, o aborto for eticamente condenável, então talvez existam razões muito fortes para o proibir e penalizar as mulheres e

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