1822
O destino cruzou o caminho de D. Pedro em situação de desconforto e nenhuma elegância. Ao se aproximar do riacho de Ipiranga, o príncipe regente, estava com dor de barriga. A montaria usada por D. Pedro, em outras palavras, uma mula sem nenhum charme, porem forte e confortável.
E como um simples tropeiro, melado de lama e a poeira do caminho, ás voltas com dificuldades naturais do corpo e de seu tempo, que D. Pedro proclamou a Independência. Ela marca o inicio da historia do Brasil como nação independente.
Faltando pouco para o nascer do sol, quando D. Pedro saiu de Santos, uma cidadezinha onde teria passado o dia anterior. Sua comitiva era relativamente modesta para a importância da jornada que iria empreender.
Eram todos muito jovens sendo o mais jovem o próprio D. Pedro com 24 anos e o mais velho Marcondes, tendo 42. Nas primeiras duas horas, ainda sob luz difusa do amanhecer, a comitiva percorreu de barco os canais e rios de água escura dos manguezais. Nesse local D. Pedro encontrou os animais selados e o restante da guarda que o acompanharia ate São Paulo. Com seus problemas intestinais o príncipe deu uma parada num estabelecimento á beira do porto, onde tomou um chá de folha de goiabeira, um remédio usado no Brasil contra diarréia.
O chá lhe aliviou por algum tempo as dores, mas mesmo assim ele conseguiu prosseguir. A subida era perigosa os viajantes levavam pelo menos duas horas para chegar ao topo da serra.
Do alto da serra levavam-se mais seis horas para atravessar o trecho do planalto em direção á capital paulista. E só ao cair da tarde daquele Sete de Setembro a comitiva chegou á colina do Ipiranga.
D. Pedro ainda estava no alto da colina quando chegou a galope, vindo de São Paulo, o alferes Francisco de Castro Canto e Melo. Ajudante de ordens, o alferes era parte da comitiva que havia saído do Rio de Janeiro com o príncipe. E sempre