132 569 1 PB
GOHN, Maria da Glória. Sociologia dos Movimentos
Sociais. São Paulo, Cortez, 2013, pp. 127.
Cristiano das Neves Bodart1
“É impressionante a quantidade de manifestações de rua hoje. O sistema político roubou a voz dos jovens e a capacidade deles serem ouvidos. A rua se tornou o palco para a política, como em 68” (Saskia Sassen, in Carolina
Montenegro, Folha de São Paulo, 21/8/2011:20)2.
Na obra “Sociologia dos Movimentos Sociais”, Maria da Glória Gohn, professora da Faculdade de Educação da Unicamp e estudiosa dos movimentos sociais desde os anos 70, busca “contribuir para a construção do campo de estudo da Sociologia dos movimentos sociais” (GOHN,
2013:7). O livro é parte de sua pesquisa sobre movimentos sociais transnacionais que vem sendo desenvolvido com apoio do CNPq.
Nessa obra, Gohn tem por objeto de estudo as práticas e ações coletivas de alguns movimentos sociais selecionados, a saber: Primavera Árabe, os Indignados na Europa (especialmente na Espanha), o Occupy Wall
Street, Maio de 1968 e os movimentos contemporâneos brasileiros.
A metodologia de estudo adotada pela autora passa pelo seguinte procedimento: delimitação das características básicas do cenário sociopolítico, econômico e cultural do tempo histórico em análise, a fim de obter um retrato do contexto. Feito isso, do contexto analisa os textos noticiados ou comentados, objetivando analisá-los e com-
1 Graduado em Ciências Sociais/USC, especialista em Ciências Sociais e
Religião/FAFIA, especialista em Geografia do Brasil/FIJ, mestre em Planejamento Regional e Gestão de Cidades/UCAM e doutorando em Sociologia pela USP. Editor chefe da Revista Café com Sociologia.
2 Frase citada na obra resenhada.
80 Revista Cadernos de Estudos Sociais e Políticos, v.3, n.6, jul-dez 2014
preender seus desdobramentos. Recorreu-se também aos sites dos próprios movimentos em estudo, reconhecendo suas limitações pelo teor “celebratório” que quase sempre possuem. Busca-se apresentar
recortes