“O Rio de Janeiro e a República” – Os Bestializados de José Murilo de Carvalho

Resenha do texto “O Rio de Janeiro e a República” – Os Bestializados de José Murilo de Carvalho
O texto é do escritor José Murilo de Carvalho, formado em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais, e importante pesquisador da História do Brasil.
Nessa obra, José Murilo retrata as transformações econômicas, politicas, sociais e culturais que ocorreram devido à mudança do regime político – do Império para a República – e também oriundas da abolição da escravidão. Além disso, evidencia quais foram os efeitos dessas transformações para a população principalmente do Rio de Janeiro, capital do país na época.
O autor faz uso de fontes diversas tais como: artigos de jornais e revistas da época, livros conceituados e documentos oficiais.
José Murilo, através de estatísticas da época, evidencia mudanças que ocorreram com a população da capital, como por exemplo, o crescente contingente populacional; a diversidade da composição étnica; da estrutura ocupacional visto que crescia o número de trabalhadores em cargos mal remunerados ou sem ocupação; o alto índice de solteiros e o baixo número de famílias regularizadas.
O autor chama atenção para os impactos do crescimento populacional acelerado como os problemas de habitação em termos de quantidade (uma vez que faltava moradia para todos o que acarretou no surgimento de ocupações irregulares tais como os cortiços) quanto de qualidade já que a situação do abastecimento de água, de saneamento e de higiene era precária. No inicio da República tais problemas se agravam e ocorre um dos mais violentos surtos de epidemias (principalmente varíola, febre amarela, malária e tuberculose) da historia da cidade.
Além disso, o cenário financeiro e econômico da época não era muito favorável, já que se deu continuidade a uma medida do governo imperial de emitir dinheiro para conquistar simpatia ao novo regime. Essa medida deu origem a uma febre especulativa descrita na obra O Encilhamento, de Taunay, como faz referência o