À Sangue Frio

À Sangue Frio
Para uns, divagação inútil, para outros, criação de uma nova literatura.
Difícil acreditar que um tempo ideal para se comer maçãs, onde as luzes mais claras do sol advindo do mais puro dos céus seja um momento propício para a ocorrência de um assassinato brutal. Nos livros de literatura ficcional, escritores consagrados procuram arquitetar a perfeita ambiência de suspense: Onde chuvas torrenciais, ou a luz frágil do luar sejam as únicas testemunhas de um crime. Pois bem. Mas não é assim na vida real. A história em si, pouco fora esclarecida numa nota do Jornal New York times. “Afortunado fazendeiro, e 3 de sua família assassinados.” Lia-se no titulo da matéria. O Lead e a matéria em si entregavam com objetividade o ocorrido na tarde de dezesseis de novembro, 1959, e terminava por demonstrar a sorte que tiveram duas das filhas do fazendeiro Herbert Clutter: Beverly e Senhorita Donald que já moravam longe da instalação da família. Para qualquer um não ligado a família que lê-se a matéria esta nota seria o suficiente, mas para Truman Capote, escritor norte americano, este seria o perfeito símbolo para enfatizar este acontecimento universal.
Fundindo o poder da pesquisa profissional factual ás aptidões ficcionais adquiridas de seus romances anteriores Capote pôde representar com precisão forense o relato deste crime no interior do Kansas. As últimas pessoas a vê-los é o capítulo que representa o inicio de tal relato. Citando ocorridos na ferrovia, na escola, e vindo até mesmo a pesquisar sobre muitos dos moradores que se envolveram com a família Clutters na pequena cidade de Holcomb, criou-se assim uma sensação de pertencimento do leitor em relação a esta comunidade que de acordo com o próprio escritor desencadeou o livro que se tornou o primeiro Romance Não-ficcional. Depois, em 1962, Capote afirmou a revista Newsweek: “Meu livro não é a história de um crime, mas a história de uma cidade”.
Para alguns, como o critico e escritor americano Stanley