O vestibular da ufc em questão: uma análise das provas de biologia à luz da teoria da avaliação
João Eudes Moreira da Silva eudesmoreira@uol.com.br Centro Federal de Educação Tecnológica
Ana Paula de Medeiros Ribeiro apaulaufc@hotmail.com Universidade Federal do Ceará
Cláudio de Albuquerque Marques marquesclaudio@yahoo.com Universidade Federal do Ceará
Introdução
O processo de seleção conhecido como vestibular tem sido objeto de diversos estudos em razão de sua importância na vida escolar dos jovens brasileiros que aspiram ao ensino superior. Devido ao limitado número de vagas neste nível de ensino, principalmente no setor público, construiu-se um mito a respeito da passagem do ensino médio para o superior, até certo ponto traumático para os candidatos e seus familiares, no qual apenas os alunos “mais capazes” seriam aprovados nos vestibulares de cursos mais seletivos. Mas será que as provas dos vestibulares são realmente elaboradas de tal forma que se possa reforçar o mito dos alunos “mais capazes”? Este questionamento nos remete a uma questão fundamental do processo de elaboração de um teste: a validade do instrumento utilizado. Tecnicamente existem diversos tipos de validade, contudo, devido à importância atribuída ao processo de seleção das Instituições de Ensino Superior (IES), principalmente nas mais seletivas, destacam-se dois tipos de validades: a preditiva e a de conteúdo. Enquanto que a primeira está relacionada com a capacidade de selecionar os candidatos “melhor preparados” para aproveitar as oportunidades que um curso de nível superior oferece (PASQUALI, 2003), a segunda explora a relação entre os conteúdos incluídos em uma prova e o programa (conteúdos) da disciplina (VIANNA, 1989; PASQUALI, 2003). Muito embora exista uma grande relação entre esses dois tipos de validades, já que dificilmente uma prova de vestibular sem validade de conteúdo apresentará validade preditiva, este artigo restringe-se a analisar alguns