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A Teoria da Legitimação, do Estado Moderno e da Burocracia: Max Weber

José Antônio Fernandes de Magalhães

Resumo: De acordo com o autor o capítulo realizou uma base inicial de toda sociologia weberiana que reside na “ação social” e no postulado de que a sociologia é uma ciência “compreensiva”. Nesse sentido, tanto o mundo natural quanto a realidade da vida social são concebidos por Weber como um conjunto inesgotável de eventos. O autor destaca o papel de desvendamento do real desempenho pelo pensamento científico, que “faz do que é evidente por convenção, um problema”. O trabalho científico é, assim, inesgotável, porque o real o é, bem como fragmentário e especializado.
Ao tratar da liderança e da ação política, fica claro que Weber pensa, em primeiro lugar, em “direção” e “comando”, o que envolve a extração de “obediência”. A obediência, por sua vez, pode ser obtida de várias formas. Pode ocorrer enquanto obtenção de um “consentimento passivo” (por imposição carismática) ou enquanto “subordinação” (por imposição tradicional). Porém, o fundamental para a política numa situação de dominação racional-legal e, portanto, essencial para a relação de autoridade (racionalmente e legalmente legitimada), é que a obediência ocorra enquanto disciplina, entendida como sendo “a probabilidade de que, em virtude do hábito, um comando receba obediência pronta e automática, de forma estereotipada, por parte de um grupo dado de pessoas” (WEBER, 1999, p.194). A disciplina, para o autor, supera as formas de obediência baseadas na tradição e no carisma e prepara o terreno para a emergência de um sistema representativo e de uma política racional e impessoal, transformando-se no elemento constituinte necessário do consentimento ativo que um governo precisa obter, por medidas e meios legais e racionais.
O autor constrói sua teoria da burocracia a partir de sua análise dos tipos de dominação, desdobrados em dois