O surgimento e o desenvolvimento da vida urbana

O surgimento e o desenvolvimento da vida urbana, como resultado do processo de evolução social apresenta-se como o momento que trouxe a configuração e conseqüente consolidação de um modelo de sociedade capaz de projetar suas relações internas, e ainda suas relações com o meio ambiente de forma mais racional. Desse modo, as etapas prévias desse processo, como estágio anterior ao modelo urbano, apresentam-se nos lugares e momentos em que os homens, em função de suas necessidades e do meio em qual se inserem, tomaram conhecimento das vantagens que teriam com a vida em comunidade, uma vez garantida a aquisição de alimentos e o armazenamento de seus excedentes. Este parece ser, para Childe, a condição prévia para qualquer processo de sedentarização duradoura sobre o espaço físico.
A sedentarização em um determinado local, onde poderiam ser construídas cabanas, assim como edificações complementares próximas às áreas de agricultura, coleta, caça e pesca foi um avanço definitivo para o desenvolvimento de cada comunidade. Em vista disso, os primeiros núcleos de população surgiram durante todo o Neolítico, na Ásia Ocidental, especialmente no Crescente Fértil, mas também na Índia, no Sudeste Asiático e no Extremo Oriente, assim como por outras áreas do Velho Mundo, adaptando-se às especificidades e particularidades de cada local. Processo semelhante também ocorreu no Novo Mundo, porém com notáveis distinções.
Lampard, entretanto, relaciona o desenvolvimento urbano ao desenvolvimento espriritual. Segundo o autor, a dinâmica social urbana ligava-se diretamente à dinâmica dos templos, cujos sacerdotes eram, aparentemente, os administradores de um sistema redistributivo da economia social, organizado primitivamente em torno destes templos. Desse modo, os santuários eram circundados por edifícios como armazéns, oficinas e outras construções, configurando as primeiras cidades completas, constituindo o que ele caracteriza como a primeira etapa da urbanização efetiva. A segunda