O significado dos serviços sociais na sociedade capitalista
O serviço social se gesta como uma necessidade da divisão social e técnica do trabalho a partir do processo de desenvolvimento do modo de produção capitalista.
As novas condições sociais colocam para o Estado a necessidade de inserir um profissional especializado para atuar junto às classes na manutenção do processo de reprodução.
A questão social passa a ser objeto de intervenção do Estado que por meio da implementação de políticas sociais passa a atuar diretamente nas relações entre as classes no enfrentamento do processo de pauperização.
As políticas sociais deverão dar respostas não só aos trabalhadores inseridos no mercado de trabalho, mas também ao exército industrial de reservas, ou seja, os trabalhadores que não acham compradores de sua força de trabalho e se encontram desempregados.
A carga da manutenção desse contingente de trabalhadores excluídos do mercado é repassada à sociedade, uma vez que, aos capitalistas interessa ao máximo possível liberar-se dessa obrigação.
As formas de enfrentamento da questão social sofrem modificações principalmente nos momentos de crise. O Estado passa a agir diante das seqüelas da exploração do operariado, pois, apesar de excluir a classe dominada do jogo do poder, o Estado se vê na obrigação de incorporar exigências dos trabalhadores em conseqüência das pressões e exigências dessa classe e da necessidade da manutenção da reprodução social.
Nesse contexto a expansão dos serviços sociais se relaciona à noção de cidadania preenchida pela idéia de igualdade dos homens perante a lei, nessa perspectiva os serviços sociais são expressões dos direitos sociais.
Parte da riqueza gerada no processo de reprodução é transferida para o Estado que repassa esse valor para a população via políticas públicas.
Assim é que tais serviços nada mais são, na sua realidade substancial, do que uma forma transfigurada de parcela do valor criado pelos trabalhadores e apropriado