O problema do incesto

“O problema do incesto”
Clarissa Guilhem
Levi-Strauss diz que a proibição do incesto é uma regra social, mas também pré-social, por dois motivos. Primeiro por causa da sua universalidade, e depois pelo tipo de relação a qual ela se impõe. Isso aconteceria porque a vida sexual é duplamente exterior ao grupo, exprimindo o lado animalesco do homem e promovendo a sobrevivência da espécie.
É no terreno da vida sexual , de preferência a qualquer outra, que a passagem entre natureza e cultura se efetua. Isso acontece porque é um instinto natural, mas que necessita da aprovação de outra pessoa para de concretizar.O autor afirma que os demais antropólogos e sociólogos, em vez de tentar explicar essa ambiguidade sobre a proibição do incesto, preocuparam-se em reduzi-la. Há três tipos de tentativas principais, que são descritos durante o resto do texto.
O primeiro tipo de explicação mantém a dualidade da regra em questão, apesar de dividi-la em duas fases. Para os defensores dessa tese, o incesto tem origem no campo natural, e é refletida no social. Essa proibição seria uma medida cultural de proteção ao natural, ou seja, para não serem gerados seres humanos comumente muito doentes como resultados da procriação consanguínea, foi estipulada a regra da proibição do incesto.
Entretanto, não há indícios de que fosse sabido, há algum tempo, dessas consequências da reprodução entre parentes. Além disso, algumas sociedades tem punições maiores para quando a relação de parentesco é por adoção do que quando é genética, enquanto outras julgam de forma totalmente distinta a união entre parentes com igual proximidade (primos cruzados, nascidos de um irmão e uma irmã, e primos paralelos, de duas irmãs ou dois irmãos).
O autor também afirma que, de acordo com E. M. East, um cientista que realizou pesquisas sobre as relações endogâmicas baseando-se no milho, o perigo da reprodução entre parentes só existe, inicialmente, porque o homem sempre foi exogâmico. Isso quer dizer que, se