o poder do império romano
O imperador era um aristocrata com poder absoluto, onde o elemento de seu poder era a soberania. Ele vivia em constante ambivalência, era eleito para ser o mais poderoso dos homens, mais isso lhe custava a permanente vigilância contra armações e assassinatos. Essa constante diligência era a garantia da continuidade de seu governo.
Primeiro Imperador Romano, Augusto.
Primeiro Imperador Romano, Augusto.
A república romana não era propriedade do imperador, cabia a ele sua tutela. Os recursos humanos e naturais não lhe pertenciam. Seu poder consistia em administrar, como num rebanho em movimento. A arte de tosquiar sem arrancar a pele. Assim poderia continuar tosquiando.
Era necessário manter a fachada da república já que ela era a coluna vertebral, o pilar. O paradoxo de uma realidade construída, o despotismo mascarado pelo interesse coletivo, já que o imperador era o mandatário da coletividade com a missão pretensamente concedida pelo povo, senadores graduados e legiões. Na realidade, o que remeteria este consenso era a eficiência de sua imposição.
Os césares e os deuses estavam num degrau acima da humanidade. E eram onipresentes, ocupavam diversos espaços ao mesmo tempo. Isso trazia a conotação teórica que o povo caminhava junto ao imperador. Próximo na verdade estavam seus representantes, e a população devia-lhes obediência. O imperador estava distante, o historiador Paul Veyne[1] retrata o poder imperial romano como tão grandioso quanto remoto.
Essa superioridade dos césares despertava nas relações sociais a prudência em cultuá-los. Aos deuses evidente prestava-se um culto religioso. Aos césares que não eram divinizados, como também não eram representantes de