“O mau selvagem e o bom civilizado” e “o bom selvagem e o mau civilizado

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“O MAU SELVAGEM E O BOM CIVILIZADO” E “O BOM SELVAGEM E O MAU CIVILIZADO”

A descoberta do Novo Mundo, a partir do Renascimento, traz o contato com povos até então desconhecidos e a pergunta se estes pertenciam à humanidade, pois se o critério para tal era religioso, caberia perguntar se os povos descobertos eram possuidores de alma. Duas posturas surgem diante do “outro”: a recusa do estranho e a fascinação pelo mesmo.
Sobre a fascinação, temos o exemplo do dominicano Las Casas, que considera, na defesa dos índios, que são povos que seriam iguais ou em alguns casos superiores a sua própria nação espanhola.
Já o jurista Sepulveda justifica a dominação como algo útil, divino e justo, tendo por um lado aqueles que detém prudência, razão, virtude, e do outro lado os povos preguiçosos, e de espírito lento.
Desde a antiguidade grega procura-se justificar a diversidade de sociedades humanas, denominando-se bárbaro o que não era helenidade. No Renascimento, este termo muda para natural ouselvagem, enquanto que primitivo é o termo que será usado desde o século XIX, substituído pela atualidade por subdesenvolvido.
Portanto, tudo o que não pertencesse à humanidade à qual pertencia o ocidental, europeu, era considerado selvagem, em atitude que Laplatine considera como “expulsão da cultura”.
Os critérios para o julgamento do estatuto humano dos índios consistiam na religião – ou naquele caso, falta dela – , aparência física, hábitos alimentares, linguagem. Outros critérios como moral, lei, escrita, Estado, arte, consciência e razão, passado e futuro entram no rol de ausências, para as quais a ação missionária e administrativa podiam contribuir no sentido de fazer-lhes evoluir.
“Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo acesso à linguagem, sendo assustadoramente feio e alimentando-se como um animal, o selvagem é apreendido nos modos de um bestiário” (LAPLATINE, p. 41).
No texto de História Geral dos Índios, de autoria de Gomara, há a

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