O Jogo do Exterminador

O Jogo do Exterminador é um clássico da literatura de ficção científica, figura na seleta lista de vencedores simultâneos dos prêmios Hugo e Nebula. É um conto não apenas sobre a preparação belicosa de crianças superdotadas para uma ameaça interestelar, mas sobre temas como individualidade, destruição deliberada da inocência, formação de personalidade por punições sistemáticas, incompreensão por falta de comunicação e, principalmente, o preço a se pagar pela sobrevivência e até que ponto os fins justificam os meios. Tudo isso numa leitura totalmente descomplicada e cheia de diálogos.

A história é bastante simples. Desde o início o garoto Ender (o exterminador do título) é monitorado e avaliado por militares, que percebem seu grande potencial para ser o melhor comandante já visto; aquele que vai por fim à guerra com uma espécie alienígena de insetos inteligentes. Nesse contexto fortemente militar, Ender é enviado para uma estação espacial, a Escola de Combate, onde participa de treinamentos em gravidade zero e tem suas capacidades postas a prova por um coronel que usa da criatividade de forma cruel para tentar formar o melhor comandante possível (ou quebrar uma criança).

A rotina da escola consiste de simulações virtuais e jogos de guerra em gravidade zero. A cada prática Ender se destaca, criando manobras diferenciadas ou superando situações desfavoráveis. Ganha respeito dos alunos, mas também o ódio daqueles que tomam a derrota como humilhação. É marginalizado pela própria genialidade, e vê sua infância sendo destruída conforme se distancia dos amigos. É impossível não gostar deste garoto exposto a brutalidades recorrentes e isolamento. Ender é empático, sente e pensa pelos outros garotos e inimigos, e ao mesmo tempo o leitor sente por ele.

O Jogo do Exterminador (Ender’s Game no original) é um título muito propício para o livro; Ender encara a sua formação como um jogo imposto pelos militares e, além disso, a escola em si é repleta de jogos. São jogos e