O homem é a medida de todas as coisas
A primeira lição que recebemos na Filosofia Clínica é a de que, acima de tudo, uma pessoa é o que ela vive, sente, afirma, imagina ou faz - independentemente do seu ato ser aceito, criticado, ironizado ou proibido por outras pessoas. Portanto, ela vai agir exatamente do jeito que pensa, queiram ou não. E se essa pessoa tentar explicar, por exemplo, a emoção provocada por um beijo carinhoso que recebeu, por mais que se esforce, não vai conseguir. Da mesma forma não conseguirá explicar a emoção que lhe trouxe a leitura de um poema ou de ouvir uma balada de amor. Cada pessoa vive sua vida de um modo único e apenas ela saberá o prazer ou não daquilo que está vivendo. Protágoras, filósofo sofista, dizia que o “o homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são”. Mais adiante no tempo, outro filósofo, Arthur Shopenhauer, retomou o assunto de Protágoras ensinando que o “mundo é uma representação minha”, advertindo, porém, que o mundo vai bem mais além do que minha representação. Os pensamentos desses filósofos, que é por onde iniciamos a caminhada pela Filosofia Clínica, também ganha o reforço de Nietzsche, quando ele afirma que as verdades são diferentes de pessoa para pessoa. Concluímos então que todo ser humano é único, não existindo duas pessoas iguais; parecidas, até pode ser; iguais, jamais. Essa verdade que denominamos de subjetiva, é diferente da convencional, que é consensual, estabelecida em conjunto por todas nós, sendo uma forma de evitar o desentendimento, a desordem, o confronto. A verdade convencional é dada, por exemplo, pelas convenções sociais; pelos semáforos de rua, que padronizaram o verde como sendo a cor para seguir em frente, podendo também ser a hora marcada nos relógios e que seguem uma padronização de tempo. Importante dizer que, embora cada um tenha sua verdade, nem