O homem que matou Facínora

819 palavras 4 páginas
O homem que matou facínora:

John Ford e John Wayne são nomes obrigatórios que ajudaram a estabelecer as fundações do gênero mais norte-americano do cinema: o faroeste. Tendo colaborado ao longo de décadas, desde o divisor de águas do gênero No Tempo das Diligências (1939), a parceria ajudou a popularizar os duelos ao amanhecer, as brigas no saloon regadas a álcool e a imagem do caubói/xerife truculento que conquistava o coração da donzela mais pela força do que por sentimento, elementos tão bem sucedidos que subsistem até hoje no imaginário do velho oeste. Portanto, não deixa de ser irônico que Ford e Wayne, em O Homem que Matou o Facínora, apesar de não desconstruírem inteiramente o faroeste clássico, sejam os responsáveis por desmistificar muitos dos clichês atribuídos ao gênero e abrir as porteiras para estender e inovar a confortável e rudimentar estética narrativa do velho oeste, construindo uma obra que, embora apenas correta do ponto de vista narrativo, surge extremamente recompensadora e saudosista.

Depois de regressar a Shinbone para o funeral de Tom Doniphon (Wayne), o Senador Ransom Stoddard (Stewart) decide confessar ao jornal local a história do episódio que lhe rendeu fama e notoriedade: a morte do criminoso Liberty Valance (Marvin). A partir da estrutura em um longo flashback, Ransom recorda a violenta recepção na chegada à cidade quando ainda era um graduado em direito inexperiente e entusiasta, o discreto envolvimento com Hallie (Miles), a participação na disputa eleitoral entre fazendeiros e criadores de gado e, claro, a conflituosa relação com o respeitado Tom, dono de um posicionamento moral e social ultrapassado, baseado no poder da arma, e que também disputava a afeição de Hallie.

Estabelecendo a dicotomia lenda e fato como norte da narrativa, o diretor John Ford elabora um intrigante estudo onde, em uma primeira leitura, a imponente persona cinematográfica de John Wayne se amolda perfeitamente ao mito, enquanto o frágil e escolado

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