O homem Cordial

12173 palavras 49 páginas
O homem Cordial
A hipótese do “homem cordial”, se não for a principal, certamente é uma das principais hipóteses do trabalho de Sérgio Buarque de Holanda em seu livro “Raízes do Brasil”. Holanda mostra como a família patriarcal no Brasil contribuiu para a formação do “homem cordial”, aquele individuo que não consegue separar o público do privado, que não consegue entender que a vida no Estado burocrático deve ser impessoal e não pessoal. Na verdade, Holanda afirma que o “homem cordial” é a contribuição do Brasil para a civilização.
Para desenvolver tal argumento, Holanda vai lançando os fundamentos de seu pensamento desde o início de seu livro. No primeiro capítulo, onde fala sobre nossas origens ibéricas, Holanda argumenta sobre a precariedade das idéias de solidariedade entre hispânicos e portugueses em função da cultura da personalidade ou do personalismo presente entre estes povos europeus. Holanda observa que a idéia de solidariedade entre os povos ibéricos só existe onde há vinculação de sentimentos, característica marcante do homem cordial.
Já no segundo capítulo, onde contrasta dialeticamente o trabalhador e o aventureiro, Holanda argumenta que o que faltou para o êxito do labor produtivo entre nós foi uma capacidade de livre associação entre os elementos empreendedores do país. Todavia, o que ocorreu de fato foram vínculos de pessoa a pessoa, compreensíveis em uma sociedade de origem personalista como a nossa. Mesmo não citando ainda a expressão “homem cordial” neste segundo capítulo, Holanda já lança as bases para dele falar mais à frente, quando mostra que a peculiaridade da vida brasileira foi a acentuação do afetivo, do passional, e também um bloqueio quanto a qualidades de ordenação, de disciplina, de racionalização, ou seja, o contrário do que se deve esperar de um Estado burocrático impessoal.
Se já havia lançado as bases para o homem cordial nos dois primeiros capítulos, é no terceiro capítulo, que Holanda torna ainda mais explícitos os

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