O flâneur de uys

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Em um tempo que tudo estava parado e se relacionando com o passado, em um momento em que o desenvolvimento artístico esquece dos costumes do cotidiano para quase idolatrar os clássicos romanos. Uma sociedade que recém havia saído do banho de sangue que foi as revoluções burguesas começa a entrar em crise e a se modificar com a velocidade de uma bala, desenvolvendo novas tecnologias, como a maquina de tecer e a de vapor, incluindo nisso a locomotiva.
Modernidade é quase sinônimo de crise, cada nação possui a sua, assim como cada época. Ocorrendo em um determinado tempo e possuindo elementos específicos. Podemos dizer, em síntese que é um caos nada organizado que faz com que a arte se organize e junto com ela todo o território se desenvolva.
E foi no meio dessa bagunça que Charles Baudelaire analisa em seu ensaio, o pintor da vida moderna, o desenvolvimento da modernidade artística, e é com os croquis de costumes de Constantin Guys que ele redescobre a sociedade em que vive.
Guys, ou Sr. G., é o grande personagem do livro. Segundo a descrição ele é um pintor do mundo, um filosofo completo, a verdadeira figura de um flâneur. A união de uma criança com um homem. E é a partir desse homem que o autor desenvolverá sua critica sobre a modernidade e a arte, além de fazer uma análise da sociedade.
E para nós, brasileiros, melhor tradução do adjetivo flâneur se encontra em uma musica da época em que o nosso país estava entrando em sua própria modernidade artística. Durante os tempos do regime ditatorial Caetano Veloso descreve a vivacidade do artista da multidão com a musica “alegria alegria”.
Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento

No sol de quase dezembro

Eu vou...

O sol se reparte em crimes

Espaçonaves, guerrilhas

Em cardinales bonitas

Eu vou...

Em caras de presidentes

Em grandes beijos de amor

Em dentes, pernas, bandeiras

Bomba e Brigitte Bardot...
O sol nas bancas de revista

Me enche de alegria e preguiça

Quem lê tanta

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