O Determinismo em O crime do Padre Amaro

Leon Idris Fernandes de Azevedo

O Determinismo como elemento estruturador do enredo de O Crime do Padre Amaro

Universidade Presbiteriana Mackenzie
São Paulo
2013
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Trabalho apresentado ao Curso de Letras do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para a obtenção de média final na disciplina de Literatura Portuguesa II, ministrada pela Profa. Dra. Aurora Gedra Ruiz Alvarez.

São Paulo
2013
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo uma breve análise contextual de O Crime do Padre Amaro, a fim de traçar os passos de Eça de Queiroz na história da literatura e apontar o encontro de sua obra com a corrente filosófica determinista, uma influência não apenas declarada pelo próprio autor, mas notável no espírito de época que guiou a transição de período do Romantismo ao Realismo. O corpus desta análise partirá de uma exploração do Determinismo, seu significado primordial e seu caminho às mentes criadoras de estudiosos e artistas, para então aplicar a teoria às formas e estruturas gerais do enredo e da narrativa de O Crime do Padre Amaro. Por fim, pelo bem do aproveitamento do tema ligado ao realismo, esta pesquisa destaca, ainda, o próprio autor e sua estética como objeto do determinismo, sua obra como resultado de influências sacadas de uma bagagem intelectual que invariavelmente remonta à maior influência do período realista: Flaubert. 2. DETERMINISMO

O determinismo é basicamente uma linha de raciocínio que busca ordenar o mundo em relações de causa e efeito. É uma concepção de mundo que vai contra a ideia de que o tempo presente está aberto para infinitas possibilidades e que temos o poder de fazermos o que quisermos graças ao livre-arbítrio. O determinismo enxerga o dia de hoje e o amanhã como um sistema fechado, resultado de uma somatória de fatores de ontem,