O desenvolvimento emocional na adolescencia
Nosso organismo é permeável às impressões psicológicas e físicas. É o palco de experiências cotidianas que vai se moldando conforme o que é emocionalmente vivido ao longo da história de uma pessoa. Existiram épocas em que o dualismo de Descartes no século XVIII postulava que as funções mentais eram separadas do corpo, vistas como entidades isoladas, sem qualquer ligação. Com o advento de novos estudos, essa hipótese foi desconsiderada quando definitivamente ficou provado que o corpo e a mente influenciam-se mutuamente (Damásio, 1994). Daí, as diferentes posturas corporais encontradas nas pessoas, onde cada um possui uma forma muito particular e pessoal de ser e de agir, comportamento esse definido por Reich (1995) de caráter. Impiedoso adversário do dualismo cartesiano, Reich (1995) percebeu que o corpo retinha todos os conflitos emocionais e possuía uma linguagem própria, comunicada através de gestos, postura, tom de voz, movimentos, vestimentas, etc.
Optou, então, por acreditar mais no que via do que no que ouvia e passou a ler no corpo de seus pacientes as angústias, ansiedades, medos, desejos e repressões, encontrando a chave para a compreensão dos mecanismos psíquicos e das defesas com a qual a psicanálise ortodoxa se debatia na época. Concluiu que a resistência estava diretamente ligada ao caráter e assim, substituiu o método tradicional da análise do sintoma pela análise do caráter. O conceito de caráter é muito antigo e pode ser definido como “a expressão do funcionamento do indivíduo tanto no âmbito psíquico quanto no somático” (Lowen, 1977, p. 118). Segundo Reich (1995) a formação do caráter nada mais é do que produto do choque entre os impulsos naturais da criança e as frustrações impostas a ela durante as etapas do desenvolvimento por uma educação moralista e repressora.
As etapas do desenvolvimento emocional pelas quais uma criança passa desde a sua concepção, representam momentos de passagem que induzem