O DESAFIO DE ALFABETIZAR ALGUEM QUE NÃO ESCUTA

8965 palavras 36 páginas
O DESAFIO DE ALFABETIZAR ALGUÉM QUE NÃO ESCUTA

1 INTRODUÇÃO

Ao conviver como intérprete da Língua de Sinais junto aos surdos, torna-se evidente os inúmeros casos de alunos surdos que chegam ao Ensino Médio com dificuldade no uso da Língua Portuguesa. Por outro lado percebe-se o imenso desafio para os professores ouvintes em ensinar uma língua basicamente sonora a um aluno que nunca a ouviu ou às vezes nem a conhece.
No segundo capítulo pode-se observar que os surdos têm como língua natural a Língua de Sinais, mas vivem em ambientes cercados por uma língua baseada no oralismo. Mesmo submetidos a esta condição bi-cultural e vivendo nesse constante conflito, muitos conseguem se alfabetizar. Toda criança nasce com potencial de comunicação, mas seu bom desempenho depende de estímulos lingüísticos, maturação neurológica, órgãos fonoarticulatórios normais, nível intelectual, audição e predisposição emocional. A criança sem audição não apresenta a aquisição natural da linguagem. Uma em cada mil crianças nasce surda. A surdez pode ser congênita ou adquirida. O diagnóstico deve ser mais precoce possível, desde a observação aos bebês que não reagem a sons e que podem apresentar uma deficiência auditiva, surdez profunda ou severa. Toda criança surda pode aprender a leitura labial, mas esta se torna falha diante da variedade de fonemas aparentemente iguais usadas na Língua Portuguesa. Para que a linguagem flua de maneira espontânea, se faz necessário o contato com a Língua de Sinais o mais cedo possível, onde a criança perceba a possibilidade de expressar seus sentimentos, desejos e necessidades, tendo em vista que esta é uma língua completa. Alguns professores de surdos ignoram o fato de que o surdo, ao contrário do ouvinte, inicia sua vida escolar sem nenhuma gramática implícita tendo que adquirir sua língua natural simultaneamente com uma outra que nunca usou ou se a usou foi em conturbadas

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