O conceito de disciplina

O conceito de disciplina
A disciplina, para o autor, consiste nos métodos que permitem o controle das operações do corpo, impondo uma relação de docilidade-utilidade. Muitos são esses métodos disciplinares, que ocorrem dentro de conventos e quartéis desde o século XVIII. A disciplina visa não só o aprofundamento das habilidades, mas a formação de uma relação entre obediência e utilidade, sem se utilizar da apropriação de corpos – como a escravidão – ou da total submissão – como a vassalidade. Em resumo, ela dissocia o poder do corpo, fazendo dele uma capacidade a ser aprimorada, na mesma medida em que o torna um sujeito obediente. Parte da idéia, então, de que é possível doutrinar o corpo e também a mente. As instituições disciplinares, então, seriam uma base que busca adaptar o homem, através de um método de constante vigilância e exercício, a fim de agir sobre o corpo, conduzindo e modificando-o. Ela se relaciona, assim, ao poder, fazendo parte de um cotidiano social que visa moldar um ser até que ele atinja o desempenho ideal. É um jogo de influências que cresce se alimentando da crença de que a disciplina é importante para o desenvolvimento de uma sociedade próspera. A disciplina atua de forma calculada, e, nas palavras do próprio autor, “adestra as multidões confusas, movéis, inúteis de corpos para uma multiplicidade de eventos individuais”. Ela pode ser exemplificada a partir de uma empresa que busca o desenvolvimento da habilidade de seus funcionários de forma progressiva, a fim de se aproveitar delas. Ela permite, então, uma forma de controle intensa. Isso porque “ao sancionar os atos com exatidão, avalia os indivíduos com verdade; a penalidade que ela põe em execução se integra no ciclo de conhecimento dos indivíduos”, tornando-os como que fiscais de si mesmos. Para a disciplina o indivíduo é, então, alvo de poder e, também, seu produto. Foucault diz, então, que “o indivíduo é sem dúvida o átomo fictício de uma representação ideológica da