O bom professor
Nilma Fernandes do Amaral Santos (UnU Jaraguá-UnUCSEH/UEG)
INTRODUÇÃO
Dos corredores da escola às atuais publicações, se discute o papel do professor e suas características ou saberes, que o fazem um “bom” profissional no exercer de seu ofício. A necessidade de ouvir o próprio professor dizer as características que o tornam “bom”, vem nos possibilitar dados para compreender a sua auto-imagem e assim analisar coerências e incoerências com obras já publicadas. Refletir sobre essa problemática é interesse de todos os profissionais de educação, afinal compreender como seus pares concebem seu trabalho é também analisar o que o momento histórico anseia por sua atuação, enquanto sujeito e o que a própria história contribuiu para tal pensamento.
Convém também relatar o porquê de a maioria de professores serem mulheres, uma vez que as funções maternas entrelaçam aos cuidados com as crianças, a esse necessário “amor”. Segundo Arroyo (2000), a frase “quem não sabe ensinar, ama” foi repetida nos anos 1980 como se a incompetência técnica da professora primária fosse compensada pelos seus traços amorosos. Isso traduzia uma visão tecnicista que reduzia o entendimento da Educação Básica como domínio de técnicas, descartando qualquer análise pautada no contexto social, político e econômico.
A concepção do magistério como vocação e sacerdócio tem raízes no século XVI, quando se fomentou a educação por motivo religioso. Essa concepção foi rearticulada intensamente a partir do século XIX, pelo Movimento da Restauração (religiosa e política) uma frente conservadora por meio da qual de pretendia construir um dique ao avanço do ideário liberal que alcançava a bandeira da educação pública e laica para todos e da especificação técnico-profissional das funções do magistério. No contexto da restauração religiosa, o magistério e suas funções sociorreligiosas eram concebidos como vocação: uma missão nobre e santa. O professor era tido,