A violencia simbólica da propaganda

A violência Simbólica da Propaganda

A dominação cultural e ideológica necessária para se manter consolidado o regime ditatorial fez parte daquilo que costuma chamar-se de violência simbólica impetrada pelo Estado, via propaganda ideológica. No governo Castelo Branco, houve o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos meios de comunicação de massa eletrônicos, principalmente a televisão. A estrutura publicitária montada pela AERP buscava legitimar o governo do Presidente Médici, e interferir no padrão de comportamento do brasileiro. Foram lançadas campanhas onde ficava claro que a postura do cidadão deveria ser a de participação e compromisso com o crescimento da nação, chamado de Lógica do comprometimento. Para entender melhor o projeto do governo federal, recorre-se à conceituação de Antônio Gramsci, o qual diz que, ser hegemônico, é ser detentor do poder de interferência neste mesmo conjunto, alterando, dirigindo ou criando um novo código cultural para ele.
Não existe hegemonia sem que se considerem os anseios da classe dirigida. Para isso, a classe dirigente busca se aproximar da classe dirigida, como se houvesse interesse na realização das vontades coletivas. Ele afirma que se deve levar em conta os interesses e as tendências dos grupos onde será exercida a hegemonia, ou seja, que o grupo dirigente faça sacrifícios de ordem sócio corporativa. Deste modo, toda a publicidade montada pela ditadura militar tentou produzir no imaginário popular e na classe média, a noção que havia um compromisso do poder central com os anseios da população. Com base nisso, é possível observar conceitos de propaganda ideológica. Esta, por sua vez, não busca vender produtos ou serviços, mas sim estipular e estimular padrões de comportamento. É na verdade uma excelente arma na já referida ação de violência simbólica do Estado.
Tendo em vista a necessidade de legitimação do regime junto à população, e a tentativa de se estabelecer um equilíbrio entre a violenta agressão