A tirania da Comunicação

A tirania da Comunicação Diante da era digital, a comunicação como até então era conhecida, constantemente vem perdendo suas principais características. A venda da notícia como mercadoria e a concorrência entre as agências são talvez as transformações mais nítidas em um primeiro momento, conforme expressa o jornalista e sociólogo Ignácio Ramonet, no livro “Tirania da Comunicação”. Nos últimos vinte anos, graças ao chamado “boom da internet” a mídia se viu presa a um sistema falido e passou a buscar a atenção do público a qualquer custo, valendo-se muitas vezes de meios inapropriados. Cada vez mais, cresce o número de publicações voltadas para a vida das celebridades e até os veículos considerados mais sérios têm mergulhado nesse universo. De acordo com Ramonet, essa luta pela liderança, essa briga da mídia tradicional com a comunicação instantânea da internet, resulta no sensacionalismo deliberado, nas falsas notícias e nas supostas “matérias exclusivas”. A informação ganhou um valor de mercadoria e nesse mercado desleal tudo passou a valer para chamar a atenção. No fundo, o texto do autor é uma enorme crítica aos meios de comunicação que não têm ética, aos que manipulam o que é noticiado e aos que vulgarizam os seus programas a fim de conquistar o maior número de espectadores. Segundo o sociólogo, existem dois parâmetros principais que influenciam a informação. São eles: o mimetismo mediático, que é uma febre que se apodera dos media, que vai urgentemente cobrir um fato; e a hiperemoção, que estava restrita à imprensa sensacionalista, já que a imprensa de referência costumava apostar na frieza e no rigor. No entanto, a imprensa de referência começou a utilizar a hiperemoção em concorrência com o telejornal, em que a imagem é o espetáculo. Olhando por esse ponto, é possível até estabelecer um paralelo com o escritor francês Guy Debord, que disserta sobre a sociedade do espetáculo. O ponto de partida do livro dele é uma crítica a todo e qualquer tipo de