A SOCIOLINGUÍSTICA: VARIAÇÃO E PRECONCEITO LINGUÍS-TICO

1 INTRODUÇÂO Preconceito linguístico e variação linguística estão intrinsecamente ligados visto que o preconceito parte, justamente, quando se percebe que uma pessoa possui uma variedade diferente da nossa. Buscamos apresentar essa temática partindo da justificativa para a criação da sociolinguística, passando pela questão da variação até, finalmente, correla-cioná-la com o preconceito linguístico. Mostraremos, assim, as motivações desse pre-conceito a partir da sociolinguística. Esse trabalho, de forma alguma, é conclusivo. Dei-xamos em aberto para outros estudantes que se interessem pela temática discutirem e refletirem sobre esse tema tão onipresente na sociedade brasileira.

2 A SOCIOLINGUÍSTICA
2.1 A GÊNESE DA DISCIPLINA A linguagem é, essencialmente, um fenômeno de natureza social. Para Alkmim (2008), a relação entre linguagem e sociedade é inquestionável e, portanto, não deveria estar ausente do estudo do fenômeno linguístico. Sendo assim, por que haveria uma área específica dentro da linguística – a sociolin-guística – para estudar essa relação? Não seria redundante o termo sociolinguística, uma vez que a linguagem é social? Para entendermos o porquê de uma sociolinguística temos que voltar até a Linguística do séc. XX, quando esta, ao tentar definir seu objeto de estudo, se encarregou de eli-minar qualquer elemento de natureza social no estudo da língua.
É Saussure quem define a língua, por oposição à fala, como o objeto central da Linguística. Na visão do autor, a língua é o sistema subjacente à atividade da fala, mais concretamente, é o sistema invariante que pode ser abstraído das múltiplas variações observáveis da fala. (ALKMIM, 2008, p. 23) Nessa abordagem imanente do estudo do fenômeno linguístico, o caráter social da língua foi afastado e passou-se a estudar a língua isolada, estática; como um sistema fechado. Não que Saussure não reconhecesse esse caráter social, mas é que para ele esse aspecto era irrelevante. Na