a semiofera

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A SEMIOSFERA

- Iuri M. Lotman -

O intercâmbio sígnico começou ser interpretado como modelo da língua natural, e os modelos das línguas naturais, como modelos semióticos universais, a semiótica passou a ser interpretada como a extensão dos métodos lingüísticos e objetos que não se enquadram na lingüística tradicional. Desta forma, o objeto de estudo da semiótica é qualquer objeto que passa ser submetido aos recursos da descrição lingüística.
As investigações semióticas permitem concluir que, não existem por si só e de maneira isolada, sistemas precisos e funcionalmente operantes. A separação desses sistemas está condicionada apenas a uma abordagem didática. Se forem tomadas em separado nenhum deles têm a capacidade de operar. Somente funcionam quando estão em um continuum semiótico, completamente integrado com sistemas de diversos tipos e que se comunicam (interceptam em vários níveis). A esse continuum, por analogia ao termo biosfera (introduzido por V.J. Vernadski) chamamos de semiosfera.
O conceito de biosfera compreende um mecanismo cósmico que ocupa um determinado lugar estrutural na unidade planetária. Disposta sobre a superfície de nosso planeta e que envolve (integra) todo o conjunto da matéria viva, a biosfera transforma a energia radiante do sol em energia química e física que, por sua vez, transforma a matéria inerte de nosso planeta.
Vernadski definia a biosfera como um espaço completamente ocupado por matéria viva. A matéria viva para ele era o conjunto de organismos vivos. Esta definição, ao que parece, permite dizer que a base do sistema é o átomo do organismo vivo, cuja soma forma a biosfera. A matéria viva pode ser considerada como uma unidade orgânica – uma camada sobre a superfície do planeta – e pela qual a diversidade de sua organização interna é responsável por criar um segundo plano mais complexo – que será o mecanismo transformador da energia irradiada pelo sol em energia química e física da Terra. Todas essas camadas estão ligadas

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