A ruína na arquitectura

1734 palavras 7 páginas
Ao longo do tempo, a ruína, embora nem sempre tenha sido valorizada, foi constantemente associada a diversos significados, num acumular de simbolismos por vezes antonímicos. Desde imagem da efemeridade da existência, até à possibilidade de um renascimento ou regresso à natureza, normalmente a ruína valia mais por estes sentidos que lhe eram atribuídos, que pelo próprio significado concreto.”
O interesse da ruína recaí muitas vezes no seu valor arqueológico, é em primeiro lugar um testemunho directo do passado, da passagem do tempo. Não deixando de ser notória a sua importância na história – isto aplica-se às famosas ruínas gregas ou às ruínas maias – a ruína é também usada como símbolo estético. Efemeridade das formas, sentimento nostálgico e de melancolia.
A ruína como possibilidade de múltiplas interpretações surge inevitavelmente associada ao conceito de paisagem. É considerado que a paisagem não é apenas expressão das relações entre a sociedade e o ambiente natural, mas também entre o presente e a “herança do passado”, não podendo efectivamente ser entendida como algo independente do seu contexto – ou, por outras palavras, do seu território. É preciso entender as relações que as comunidades estabelecem com o território, são estas que constituem a acção de ordenação e planificação do lugar. A necessidade da habituação ao sítio por parte dos seus habitantes, faz com que o território seja também um projecto. Não é possível fazer uma análise de uma ruína em particular, sem que seja feita uma observação e estudo da zona onde esta está inserida – em muitos casos a zona justifica o abandono da propriedade (entregue à destruição pelo tempo), em outros casos estão envolvidas forças políticas maiores e talvez outras burocracias (…). Em questões de ruína há casos justificados e injustificados, compreensíveis ou incompreensíveis, num grande panorama que afecta todo o tipo de zonas e paisagens.
“Places we remember and places we antecipate are mingled in present time.

Relacionados

  • Cidade de Pompeia
    13065 palavras | 53 páginas
  • A casa de chá do Castelo de Montemor-o-velho
    5135 palavras | 21 páginas
  • patrimonio cultural e natural de angola
    2283 palavras | 10 páginas
  • Ensaio Final Teoria
    3431 palavras | 14 páginas
  • Património cultural e natural
    1910 palavras | 8 páginas
  • Giovanni Battista Piranesi
    1118 palavras | 5 páginas
  • Alberti
    2767 palavras | 12 páginas
  • Siza vieira
    3825 palavras | 16 páginas
  • Arte Romana
    1236 palavras | 5 páginas
  • Grécia Antiga
    6595 palavras | 27 páginas