A poderosa cultura empresarial
Ame-a ou deixe-a
Em 12 anos como consultor e mais de 20 trabalhando dentro das empresas, nunca vi nada mais poderoso do que a cultura de uma organização. Ela é capaz de enfeitiçar as pessoas. De transformar empregados em soldados fiéis - kamikazes da batalha empresarial - ou mesmo em zumbis corporativos, sem razão ou emoção.
Para consultores e analistas, a cultura empresarial é sempre responsável pelo que acontece de bom e de ruim nas empresas. Ao tentar implementar uma mudança, logo ouvimos: - Não vai dar certo... - Já vi esse filme antes... - Aqui!? Não muda nada... - Com esse chefe que nós temos! Hummm! – Comportamentos suficientes para minar os esforços de mudança de qualquer organização. Quando uma mudança dá certo, o mérito é do big boss que teve determinação, coragem e visão. Quando não dá, é a cultura que não permite.
Mas o que é cultura organizacional senão conseqüências da maneira como a empresa é administrada? E quem administra? São as lideranças. É um presidente – empregado - pois eleito por um Conselho. São os executivos, escolhidos pelo presidente – ou quase isso -. São as chefias intermediárias – conhecidas como “salsicha do cachorro quente” -. São os empregados. Todos no mesmo barco fazendo a cultura da empresa. Querem mudar, mas dizem que a cultura – que eles cultivam – não permite. Então, pode-se concluir que eles, na verdade, não querem mudar... Ou sair de suas zonas de conforto.
Creio que existem razões autênticas para tais comportamentos muito comuns nas organizações:
Primeiro, a velha hierarquia do poder. Datada de milênios a estrutura hierárquica submeteu o homem a uma condição de inferioridade, subordinação, manipulação e submissão. Não há nada mais que reluza aos olhos de um indivíduo do que o sentimento de poder sobre alguém. Shakespeare falou: “Dê poder ao homem e descobrirás quem realmente ele é”. Parece que não, mas a regra ainda é: Manda quem pode obedece quem tem juízo. São investidos