A perspectiva dos estudos culturais - escola inglesa
A multiplicidade das perspectivas acerca das comunicações de massa que foram elaboradas ao longo do tempo ajuda a compreender um aspecto de fundo da pesquisa comunicativa: o facto de estar fortemente exposta a discursos «concorrentes», setoriais e, por vezes, corporativos sobre o mesmo assunto. O «saber prático» dos profissionais da comunicação (jornalistas, media-men, publicitários, responsáveis televisivos, etc.) e o «saber político» das instituições direta ou indiretamente implicadas na gestão ou no controle dos Mass media, são dois exemplos de abordagens «concorrenciais».
O conjunto de conhecimentos produzido pela communication research encontrava-se e encontra-se «confrontado com as outras abordagens, que têm fontes independentes e são apoiadas por interesses económicos, reivindicações de autonomia profissional, exercício do poder, sentimentos coletivos profundamente enraizados, experiências quotidianas”. Não é de admirar que, na pesquisa sobre os Mass media, os conhecimentos e as teorias sejam atentamente avaliados quanto à sua utilidade e validade. A situação [dos investigadores da comunicação de massa] é de exporem conhecimentos sobre uma instituição enraizada, auto reflexiva, respeitável, que se encontra, ela própria, numa posição de potencial tensão com outras instituições igualmente respeitáveis, bem estruturadas, que são fontes de poder económico e político. Há “poucos indivíduos que estejam assim expostos» (McQuail, 1980, 111).
Este aspecto não constitui apenas um dado de facto da pesquisa sobre os mass media; começou também a colocar-se como questão a analisar no seu próprio âmbito: de que forma se articulam as relações entre o sistema dos mass media e as outras estruturas e instituições sociais? Que reflexos dessa relação se produzem no funcionamento e nos confrontos dos mass media?
Por outras palavras, na tendência geral (que está a caracterizar progressivamente a communication research) para