A organização do espaço mundial
Na visão Marxista, o modelo capitalista de produção produz riquezas e acumula o capital nas mãos dos donos dos meios de produção (terra, máquinas, dinheiro etc.). Cabendo aos trabalhadores, venderem seu único meio de produção que é a sua força de trabalho (física ou intelectual). Esse modo de produção determina a estrutura econômica e social como um dos fatores mais expressivos para definir a ocupação dos espaços.
Os planos políticos e ideológicos baseados no liberalismo e neoliberalismo refletem sobre a evolução do capitalismo hegemônico. Conforme Milton Santos:
A formação socioeconômica é realmente uma totalidade. Não obstante, quando sua evolução é governada diretamente de fora, sem a participação do povo envolvido, a estrutura prevalece ? uma armação na qual as ações se localizam ? não é da nação, mas sim a estrutura global do sistema capitalista. As formas introduzidas deste modo servem ao modo de produção dominante em vez de servir à formação socioeconômica local e às suas necessidades específicas. Trata-se de uma totalidade doente, perversa e prejudicial. (SANTOS, 2003, apud MORAIS, 2007, p. 185)
A doença social, portanto, é surgida das intenções dos planos liberais e neoliberais, verdadeiros carros chefes da nova ordem mundial baseada na globalização. Este cerne ideológico que visa a dominação consentida dos trabalhadores, através da operação de identificar o interesse da classe dominante (a manutenção da ordem social vigente) com o interesse da sociedade como um todo:
O capital pode tomar a forma de dinheiro ou de crédito para a compra da força de trabalho e dos materiais necessários a produção, a forma de maquinaria física (capital em sentido estrito), ou, finalmente, a forma de estoques de bens acabados ou de trabalho em processo. Qualquer que seja a sua forma, é a propriedade privada do capital nas mãos de uma classe, a classe dos capitalistas, com a exclusão do restante da população, que constitui a