A noção do pensamento (PP.37 a 55) In Piaget, J. A representação do mundo na criança.

Samira Pires Damaceno Resumo A noção do pensamento (PP.37 a 55) In Piaget, J. A representação do mundo na criança. Suponhamos que haja um ser que tudo ignora da distinção entre o pensamento e o corpo. Buscaremos mostrar que esse é o caso da criança. A criança ignora toda a especificidade do pensamento, mesmo no estágio em que se deixa influenciar pelo que dizem os adultos sobre o “espírito”, o “cérebro”, a “inteligência”, fazendo com o que os sonhos sejam irrupções do exterior no interior, as palavras fiquem ligadas as coisas e falar consista em agir diretamente sobre os corpos. Ao empregar a técnica de interrogar crianças com questões do tipo: o que é pensar? ; com o que se pensa? ; o que é o pensamento? ; entre outras. Identificamos três estágios que podem servir para ilustrar o desenvolvimento da noção de pensamento.
1. O primeiro estágio: pensamos com a boca As crianças creem que pensamos “com a boca”, em algumas ocasiões não é só com a boca, elas creem também que se pode pensar com os ouvidos, com as orelhas, para elas o pensamento é idêntico à voz e nada se passa na cabeça e nem no corpo, o pensamento é confundido com as próprias coisas, no sentido de que as palavras fazem parte das coisas. Nada há de subjetivo no modo de pensar. Na medida em que consiste em palavras, o pensamento participa das coisas nomeadas, e à medida que consiste em voz, o pensamento é equiparado a um vento tanto interno como externo. Nos dois casos não há, por conseguinte nítidas fronteiras entre o eu e o mundo exterior.
2. A visão e o olhar Encontramos a mesma confusão entre o interno e o externo nas representações relativas ao olhar e a visão: De um menino de 5 anos: “Papai, por que nossos olhos nossos olhares não se misturam quando